Mais Médicos não tem vínculo com Cuba desde 2018
Estados Unidos sancionam autoridades brasileiras após polêmicas envolvendo médicos cubanos no programa Mais Médicos. Ministério da Saúde defende a integridade do programa, detendo agora um modelo de contratação diferente.
O programa Mais Médicos, criado em 2013, gerou uma crise diplomática após os Estados Unidos revogarem vistos de autoridades brasileiras relacionadas ao modelo de contratação de médicos cubanos.
No dia 14 de agosto de 2025, o Ministério da Saúde (MS) informou que não existe mais parceria com a Opas desde 2018. Após a eleição de Jair Bolsonaro, o país retirou-se do programa, resultando na saída de aproximadamente 8.500 médicos cubanos.
O presidente Lula recriou o programa em 2023. Atualmente, 10% dos 26.414 profissionais ativos são cubanos. O número chegou a 45,7% entre 2013 e 2017.
A bolsa-formação é de R$ 14.058 brutos mensais, e ocorre sem repasses a governos estrangeiros. No entanto, no início do programa, a Cuba retinha a maior parte dos recursos.
Dados da CNM revelam que, em 2017, apenas R$ 3.000 chegavam aos médicos cubanos, enquanto Havana ficava com 75% do total.
Criticas surgiram sobre o financiamento do governo cubano, com um relatório do Senado apontando que R$ 7 bilhões foram enviados ao exterior entre 2013 e 2017.
O TCU auditou o programa em agosto e identificou cinco problemas principais no uso dos recursos, recomendando uma reavaliação e redesenho do programa.
As sanções dos EUA focaram em autoridades brasileiras envolvidas em um "esquema coercitivo de exportação de mão de obra". O secretário de Saúde, Mozart Sales, classificou a ação como “injusta”, ressaltando o valor do Mais Médicos para o SUS.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que não se submeterá a pressões externas.