Mais ovo, menos iogurte e adeus ao azeite: o novo cardápio do brasileiro com os preços altos
Inflação elevada de alimentos impacta hábitos de compra dos brasileiros, levando a trocas e cortes de consumo. Pesquisa revela que 69% dos consumidores mudaram suas escolhas no supermercado para enfrentar os preços altos.
Inflação de Alimentos Impacta Comportamento de Compras no Brasil
Nove meses de preços elevados alteraram o comportamento dos brasileiros nas compras de supermercado.
- 69% deixaram de comprar itens devido à alta da inflação.
- 44% trocaram marcas caras por opções mais baratas.
- 35% reduziram a compra de café; 24% cortaram o iogurte.
- Com relação às proteínas, 35% trocaram carnes de primeira por carnes de segunda.
Esses dados são de um levantamento do Ipsos-Ipec a pedido do C6 Bank.
Apesar de uma leve queda recente nos preços de alimentos, a percepção de alta continua forte entre a população. Em junho, a inflação de alimentos recuou apenas 0,02%, mas acumulou um aumento de 6,94% ao longo de 12 meses.
O gasto médio no supermercado aumentou; a aposentada Margarita Barreiros, de 74 anos, relata que agora gasta R$ 200, o dobro de um ano atrás.
A CEO do Ipsos-Ipec, Márcia Cavallari, destaca que, apesar da desaceleração, os preços permanecem altos, e as pessoas sentem que levam menos produtos pelo mesmo valor.
A pesquisa também revela mudanças específicas, como:
- 43% mudaram de marca de café, que aumentou 81,62% nos últimos 12 meses.
- 22% trocaram carne por ovo.
- 40% deixaram de consumir azeite de oliva.
Consumidores como Iara Damasceno e Ivania Alves Chagas Sanches destacam como adaptaram suas compras, optando por marcas mais baratas e fazendo produtos como iogurte em casa.
O economista Flávio Serrano acredita que será necessário um período de preços estáveis para que as pessoas sintam alívio na inflação, prevendo um comportamento mais favorável nos próximos meses.