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Malcolm X, que faria 100 anos, estaria hoje entre os explorados de qualquer cor

O pensamento de Malcolm X transcendeu sua origem, ampliando sua luta pela igualdade e justiça social. Sua visão crítica, moldada por experiências diversas, ecoa nas lutas contemporâneas contra a opressão global.

Reflexões sobre Malcolm X e sua Relevância Atual

Ao examinar o impacto de Malcolm X no presente, a pergunta frequente é: "O que há de Malcolm X no movimento negro hoje?" Este questionamento limita a visão da produção política das minorias à identidade.

Malcolm X transcendeu seu nacionalismo negro. Após sua libertação em 1952, tornou-se o principal orador da Nação do Islã, evoluindo suas ideias ao longo do tempo. De um Estado separatista, ele passou a advogar por igualdade radical, independente de raça, em seus últimos meses de vida.

Ele disse: "O fardo de ter que defender alguma posição separatista nunca deve ser colocado sobre o negro", defendendo que a verdadeira crítica deveria ser ao comportamento hostil da sociedade branca.

Em sua última entrevista, realizada quatro dias antes de seu assassinato, salientou: "Minha mente está aberta para qualquer pessoa que nos ajude a tirar o monstro de cima de nossas costas", referindo-se aos desafios enfrentados pelos negros.

Após uma peregrinação a Meca, Malcolm redirecionou sua crítica do "demônio branco" para o capitalismo e seus correlatos: colonialismo, racismo, imperialismo e dolarismo. Ele enfatizou a necessidade de resistência dos afro-americanos em conexão com as lutas globais.

Seu último texto, "A lógica sionista", publicado em setembro de 1964, expressa sua análise da opressão: "Se os sionistas israelenses creem que sua atual ocupação da Palestina árabe é o cumprimento das predições feitas por seus profetas judeus...", apontando para a opressão semelhante à das potências coloniais europeias.

Cornel West identifica um fogo profético no trabalho de Malcolm. É essa coerência que permitiria ao líder, se estivesse presente hoje, se alinhar com os oprimidos, como os moradores da Favela do Moinho e os que resistem ao genocídio em Gaza.

O legado de Malcolm X sobrevive entre os oprimidos e explorados, reafirmando sua relevância contemporânea.

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