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Marco do saneamento completa 5 anos com avanço do setor privado e desafios de regionalização

Crescimento da participação privada em saneamento no Brasil gera expectativas e desafios na universalização dos serviços até 2033. Setor enfrenta entraves e é necessário um esforço político para garantir a regionalização e o atendimento de comunidades mais vulneráveis.

O Novo Marco Legal do Saneamento comemora cinco anos de sanção presidencial nesta terça-feira (15).

Desde a sua implementação, a participação privada nos serviços de água e esgoto cresceu significativamente.

Dados da Abcon Sindcon revelam que o número de municípios com serviços privados passou de 291 em 2019 para 1.793 em 2023, um aumento de 516%.

A lei, sancionada por Jair Bolsonaro em 2020, visava atrair investimentos privados e impulsionar a economia pós-pandemia.

O marco eliminou os contratos de programa sem licitação, tornando obrigatório o processo licitatório e facilitando concessões por leilão.

Até 2033, o Brasil deve garantir:

  • 99% da população com água potável
  • 90% com coleta e tratamento de esgoto

A Ana ficou responsável por definir normas para as agências locais.

Apesar dos avanços, representantes do setor apontam entraves que dificultam o cumprimento das metas de universalização.

Um estudo do CLP indica que, no ritmo atual, a universalização deve ocorrer apenas em 2070, quase quatro décadas além do prazo legal.

Entraves identificados incluem:

  • Atrasos na entrega de documentos financeiros das concessionárias
  • Falta de coordenação política na regionalização dos municípios

Para apoiar municípios menores com poucos recursos, o marco cria a possibilidade de regionalização, onde estados agrupam municípios para contratar serviços coletivamente.

O advogado Fernando Vernalha acredita ser improvável alcançar as metas de 2033 devido a desafios na regionalização e dificuldades nos projetos municipais.

Christianne Dias da Abcon Sindcon, entretanto, defende que 95,3% dos municípios estão em conformidade e que ainda é cedo para afirmar que as metas não serão cumpridas.

Eduardo Caetano e Paula Pollini enfatizam a necessidade de inclusão de populações rurais e as adaptações necessárias a riscos climáticos em projetos futuros.

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