Marco zero do boom comercial da China encara desconexão com EUA
Executivos enfrentam desafios sem precedentes com o aumento das tarifas comerciais. A desintegração do comércio global está levando empresas a buscarem alternativas fora da China.
Executivos da Feira de Cantão
A feira, realizada desde 1957 em Guangzhou, vê a dissociação entre as economias dos EUA e da China se intensificar, mesmo com tarifas elevadas.
Paul McGrath, empresário de Nova Jersey, expressou sua frustração: “Isso é simplesmente um desastre”. Ele planejava lançar uma marca de ração, mas enfrentou tarifas de 20% após a remessa de 400 caixas da China se atrasar.
As tarifas acumuladas chegam a 145% e impactaram drasticamente o comércio, resultando em aumento de preços e cancelamentos de embarques por parte de empresas americanas.
Um gerente de vendas estimou que 70% dos embarques para os EUA foram interrompidos devido à elevação das tarifas por parte da administração Trump. Empresas chinesas estão deslocando investimentos para o Sudeste Asiático para evitar tais tarifas.
Alex Student, da Impulse Merchandisers, planeja focar suas atividades em fábricas do Sudeste Asiático, enquanto compradores americanos buscam alternativas fora da China.
Dados recentes mostram que os portos chineses movimentaram 10% menos carga, com uma queda de 4% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo os efeitos das novas tarifas.
O cenário é crítico, com uma fabricante de eletrodomésticos relatando uma perda de vendas de 100 milhões de yuans (US$ 14 milhões) para os EUA, que desapareceram de forma abrupta.