Margem Equatorial: aliados de Lula consideram que Silveira exagerou em pressão sobre o Ibama
Aliados de Lula criticam pressão de Silveira sobre o Ibama em licenciamento de prospecção de petróleo. Preocupações sobre atrasos na decisão e possíveis repercussões na COP30 foram levantadas.
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticam o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por exagerar na pressão ao Ibama sobre a autorização para prospecção de petróleo na Margem Equatorial.
Na semana passada, Silveira disse que o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, não tem “coragem” para se manifestar, o que, segundo aliados, complicou a situação do órgão e pode atrasar a decisão sobre a autorização.
Lula já vinha pressionando o Ibama desde fevereiro. O ministro tem pedido reuniões para discutir a questão, mas afirma estar sendo ignorado. O Ibama já encaminhou o pedido a Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, para que ela participe do encontro.
Técnicos do Ibama recomendaram a negação do plano da Petrobras para pesquisas de exploração na bacia da Foz do Amazonas, que está a cerca de 500 quilômetros da costa do Amapá. A decisão final cabe a Agostinho.
Aliados de Lula pedem agilidade na licença para evitar complicações durante a COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorrerá em novembro em Belém. Existe temor de protestos caso a licença seja liberada perto do evento.
A Petrobras teve seu pedido de licença negado em 2023 e recorreu, mas os técnicos do Ibama não encontraram motivos para rever essa recomendação. A Margem Equatorial possui potencial estimado de 30 bilhões de barris de petróleo, representando uma aposta da Petrobras em meio a descobertas na Guiana e Suriname.