Medidas da B3 para aumentar liderança feminina em empresas passam a ser avaliadas neste mês
B3 inicia avaliação de medidas para promover diversidade nas lideranças de empresas listadas. Diretrizes incluem a obrigatoriedade da presença de mulheres e representantes de grupos minorizados em altos cargos, bem como a incorporação de metas socioambientais nas políticas de remuneração.
A partir deste mês, a B3 iniciará a avaliação de medidas para ampliar a diversidade nas lideranças das empresas listadas na Bolsa. A iniciativa, aprovada pela CVM, estabelece diretrizes para maior representatividade de gênero e grupos historicamente sub-representados em cargos de comando.
O modelo adotado é o "pratique ou explique". As empresas devem informar sobre o cumprimento das exigências ou justificar a ausência de ações no Formulário de Referência.
As principais metas incluem:
- Eleger ao menos uma mulher ou representante de grupo minorizado para o conselho de administração.
- Incluir metas socioambientais nas políticas de remuneração variável de executivos.
- Adotar critérios de diversidade nas políticas de indicação de executivos.
A B3 destaca que as diretrizes são não obrigatórias e a falta de adoção, se justificada, não acarretará sanções. Contudo, as empresas devem ser transparentes ao mercado.
Até 31 de maio do próximo ano, as companhias devem confirmar a eleição de ao menos uma mulher e um representante de grupo sub-representado.
Um estudo revela que 56% das companhias não têm mulheres na diretoria, e 98,6% não têm diretores pretos. O desafio, segundo a CEO da Conta Black, Fernanda Ribeiro, está na intencionalidade e na criação de metas claras.
Outras especialistas, como Carolina Cavenaghi, ressaltam que aspectos como a maternidade são vistos como obstáculos à permanência das mulheres em cargos de liderança. Para uma mudança efetiva, destacam a importância de programas e diretrizes que garantam a participação feminina em posições de comando.