Medidas do governo têm foco estrutural, e impacto ainda será analisado, diz Galípolo
Gabriel Galípolo ressalta que as medidas do governo Lula visam mudanças estruturais na economia e que o impacto dessas iniciativas ainda está sob análise. Em sua primeira entrevista, o presidente do Banco Central comenta sobre o novo consignado e a necessidade de uma política fiscal e monetária harmoniosa.
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (27) que as medidas do governo Lula são estruturais e seu impacto ainda será analisado.
Galípolo destacou que, mesmo com a queda de popularidade de Lula, iniciativas como o novo consignado para o setor privado e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda foram apresentadas como estratégias econômicas.
As propostas de expansão fiscal geraram preocupações entre agentes econômicos, afetando preços de ativos e as expectativas de inflação no longo prazo. O Copom defendeu a importância de políticas fiscais e monetárias harmônicas.
Galípolo explicou que o impacto do novo consignado ainda não foi totalmente considerado nas projeções do BC, devido à incerteza sobre sua magnitude e fluxo de crédito.
Até 25 de abril, foram concedidos R$ 340,3 milhões em novos contratos, mas o produto ainda não é amplamente oferecido pelos grandes bancos.
O presidente também comentou sobre a política de juros, confirmando que a taxa Selic foi elevada para 14,25% ao ano e que novas altas são esperadas em maio, embora com menor intensidade.
Após a alta, o ministro Fernando Haddad isentou Galípolo pela decisão de juros, apontando que a nova gestão enfrenta heranças da gestão anterior.
Galípolo enfatizou a unanimidade nas decisões do colegiado e a necessidade de discutir o histórico de juros altos no Brasil. Ele afirmou que é essencial revisar políticas para melhorar a transmissão da política monetária.