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Medidas para compensar isenção do IR geram dúvidas, e analistas reagem com cautela

Cautela marca a reação do mercado ao novo projeto de isenção do Imposto de Renda, que pode beneficiar 10 milhões de contribuintes. A proposta levanta dúvidas sobre a compensação fiscal e o impacto na arrecadação do governo.

Analistas do mercado financeiro mostram cautela em relação ao projeto de lei que isenta do Imposto de Renda contribuintes com renda até R$ 5.000, anunciado em 18 de outubro pelo governo Lula.

A ausência de surpresas negativas e o tom ameno das apresentações do presidente e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trouxeram alívio aos investidores, com o dólar a R$ 5,673, menor valor desde outubro.

A proposta ampliará a faixa de isenção do IR a partir de 2026, mas levanta dúvidas sobre a compensação fiscal para uma redução de R$ 26 bilhões na arrecadação. O governo propõe taxar rendas acima de R$ 600 mil em até 10% com imposto mínimo.

Celson Placido, da Warren Investimentos, afirmou que o sucesso da isenção depende de uma compensação fiscal real. Além disso, quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.000 receberá um desconto de até R$ 312,89, beneficiando 10 milhões de contribuintes.

A nova alíquota será progressiva e poderá atingir 10% para rendas a partir de R$ 1,2 milhão. Bruno Shahini, da Nomad, vê a ausência de surpresas como um sinal positivo para os ativos de risco.

Marcello Carvalho, economista da WIT Invest, expressa preocupação com a arrecadação e o impacto no endividamento, prevendo uma perda de R$ 25,84 bilhões em 2026.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, destaca o risco de fuga de investimentos, embora descarte a possibilidade de alíquota proibitiva. Ele critica a reforma como insuficiente para um sistema progressivo.

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