Melhora em confiança de serviços foi pontual e expectativa é de desaceleração, FGV
Experto afirma que aumento pontual do Índice de Confiança do setor de Serviços não deve ser celebrado, pois verdadeiras projeções indicam desaceleração da economia para o segundo semestre de 2025. A dependência do setor de fatores macroeconômicos e o comportamento heterogêneo da atividade trazem incertezas sobre a trajetória futura do indicador.
Índice de Confiança do setor de Serviços (ICS) subiu 1,2 ponto em março, alcançando 92,9 pontos, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Apesar do aumento, o economista Stéfano Pacini alerta que não deve ser motivo de comemoração. A alta é pontual e decorrente de uma base de comparação baixa dos meses anteriores.
A FGV projeta uma desaceleração da economia de serviços ao longo de 2025, especialmente no segundo semestre deste ano.
O ICS enfrentou quatro quedas consecutivas antes do aumento de março. A queda acentuada em fevereiro, no segmento de serviços prestados às famílias, teve influência significativa.
Pacini explica que o aumento em março foi impactado por uma compensação a resultados ruins recentes, afetando mais as expectativas futuras do que a situação atual.
- Índice de Situação Atual (ISA) cresceu 0,2 ponto, para 95,3 pontos.
- Índice de Expectativas (IE) subiu 2,2 pontos, para 90,8 pontos.
Para o segundo semestre, o economista é cauteloso, prevendo um cenário menos aquecido no setor de serviços, que representa quase 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Embora a diversificação no setor de serviços, como bares e transportes, possa oferecer melhoras, especialmente com as boas projeções de safra para 2025, a influência da macroeconomia não deve ser ignorada. A continuidade do aumento da taxa Selic pode afetar a confiança do consumidor e, por consequência, a demanda por serviços prestados às famílias.
Concluindo, Pacini afirma que o setor de serviços é heterogêneo e não é possível mensurar a trajetória futura do ICS no momento.