Melhorar a saúde e combater doenças requer espaço fiscal, diz Lula na última sessão do Brics
Lula destaca a importância de investimentos e parcerias globais para enfrentar doenças e promover a saúde. Ele ainda enfatiza a necessidade de uma transição energética justa para mitigar as mudanças climáticas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância de uma parceria global para combater doenças e a necessidade de maior financiamento para a transição energética durante a cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 7.
Lula enfatizou a necessidade de mais investimento em saúde para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3. "Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda", afirmou.
O presidente anunciou a Parceria pela Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas para reduzir desigualdades e fortalecer capacidades. Ele citou a Rede de Pesquisa de Tuberculose como um exemplo de cooperação entre os membros do Brics.
Lula destacou que fatores como renda, escolaridade, gênero, raça e local de nascimento influenciam na saúde das populações. Ele mencionou que doenças como o mal de Chagas e a cólera poderiam ter sido erradicadas se atingissem o Norte Global.
Mudanças climáticas: Lula apontou a necessidade de triplicar energias renováveis e duplicar a eficiência energética para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus. "É necessário um investimento de 1,3 trilhão de dólares", disse.
Ele alertou que 80% das emissões de carbono são geradas por menos de 60 empresas, principalmente nos setores de petróleo, gás e cimento. "Os incentivos do mercado vão na contramão da sustentabilidade", acrescentou.
Agenda do Brics: As reuniões sobre Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global foram retomadas, com previsão de encerramento após a sessão. A expectativa é que Lula conceda uma coletiva à imprensa no início da tarde.
Além disso, um fórum empresarial Brasil-Índia ocorreu, com Lula e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, participando do encerramento.
O que aconteceu no primeiro dia: A cúpula começou no domingo, 5, com debates sobre reforma de instituições globais e regulação da inteligência artificial. Foram divulgadas duas declarações abordando temas como tarifas comerciais e apoio ao Estado palestino.