Menos de 10% dos pontos em rios da Mata Atlântica têm água de boa qualidade
Estudo revela que a qualidade da água dos rios da Mata Atlântica piorou em 2024, com 75% dos pontos analisados classificados como regulares. Projetos isolados mostraram melhorias, mas a insuficiência de saneamento básico e a poluição ameaçam os recursos hídricos da região.
Pesquisa da Fundação SOS Mata Atlântica indica piora na qualidade da água dos rios da Mata Atlântica em 2024.
O estudo analisou 112 rios em 14 estados, com foco na qualidade da água. Apenas projetos isolados apresentaram melhora, enquanto o número de locais com qualidade de água considerada ruim aumentou.
Realizado com a ajuda de voluntários, o levantamento cobriu 145 pontos de coleta em 67 municípios do Nordeste ao Sul do Brasil, um aumento de 18 pontos em relação ao estudo anterior de 2023.
Resultados principais:
- Qualidade boa em 7,6% dos pontos (11)
- Qualidade ruim em 13,8% (20)
- Péssima em 3,4% (5)
- 75,2% dos pontos (109) estão na categoria regular
A classificação ótima não foi encontrada. O Índice de Qualidade da Água (IQA) analisou 16 parâmetros da Resolução 357/05 do Conama.
Rios com qualidade ruim ou péssima, como o Rio Pinheiros em São Paulo, enfrentam poluição crítica. Gustavo Veronesi, da SOS Mata Atlântica, aponta a falta de investimentos no saneamento como um fator crucial.
Veronesi sugere soluções alternativas de saneamento, destacando o projeto do Parque da Fonte Peabiru em São Paulo. Iniciativas comunitárias melhoraram a qualidade da água local.
Cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água potável, e metade da população não possui tratamento de esgoto. O relatório menciona melhorias pontuais, mas a ausência de fiscalização e urbanização desordenada são preocupações.
Malu Ribeiro, da SOS Mata Atlântica, destaca a importância da mobilização social e da integração de políticas para garantir um futuro sustentável.
Veronesi enfatiza que a pressão sobre o poder público e empresas é essencial para a gestão do saneamento. Além disso, o controle de agrotóxicos e a proteção das nascentes são fundamentais para a preservação dos rios.
Conclusão: O relatório é um alerta sobre a necessidade urgente de ações concretas para melhorar a qualidade da água na Mata Atlântica.