Mensagens de assessor de Braga Netto mostram atritos com irmão de Michelle Bolsonaro
Mensagens vazadas do coronel Flávio Peregrino expõem atritos entre o PL e o irmão da ex-primeira-dama. Anotações revelam preocupações sobre tráfico de influência e tentativas de apoio político após derrota eleitoral.
Brasília: O coronel Flávio Peregrino, assessor do general Walter Braga Netto, revelou atritos internos no PL relacionados a Eduardo Torres, irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Mensagens do celular de Peregrino, obtidas pela Polícia Federal durante busca e apreensão, mostram que ele acredita que Bolsonaro “sempre” quis permanecer no governo após a derrota.
Peregrino acusou Eduardo Torres de usar o nome de Jair e Michelle Bolsonaro para vender influência no partido, caracterizando suas ações como “tráfico de influência”. O coronel observou a irritação de Braga Netto e Nabhan Garcia em relação a essas práticas.
Eduardo Torres não respondeu a contatos da reportagem. A defesa de Peregrino afirmou que as mensagens tratam de discussões internas e que não há irregularidades nas ações de Torres.
Peregrino escreveu que Torres, embora sem cargo no PL, tentava manipular apoio e obter recursos financeiros, sem explicar como isso ocorria. Com apoio de Michelle, Torres se prepara para nova candidatura em 2026.
Em suas anotações, Peregrino mencionou que Braga Netto e outros estavam insatisfeitos com a situação no PL, descrevendo Torres como alguém que “vende” poder de influência.
As mensagens também revelam tentativas de Peregrino de angariar apoio político, citando contatos como a ex-primeira-dama. Suas articulações não tiveram sucesso e resultaram em seu afastamento do PL.
A defesa de Peregrino criticou o vazamento das informações como tendencioso e afirmou que as anotações se referem a discussões corriqueiras de assessoramento.