Mercado é cético sobre aval para BRB comprar Master
Mercado demonstra preocupação com a saúde financeira do Banco Master, que pode impactar a aprovação da aquisição pelo BRB. Análise do Banco Central será crucial para determinar a viabilidade da transação de R$ 2 bilhões.
Banqueiros da Faria Lima questionam a aquisição de uma fatia de 58% do Banco Master pelo BRB. O acordo, estimado em R$ 2 bilhões, foi anunciado na sexta-feira.
O Banco Central (BC) fará análise técnica da operação, após o Master solicitar a mudança de controle acionário.
O Banco Master enfrenta fragilidades financeiras e operacionais, com uma carteira de crédito dependente de precatórios e fundos de baixo desempenho.
Em 2023, aumentou seu capital em R$ 1,6 bilhão sob pressão do BC e tentou diversificar suas captações, mas sem sucesso. O banco levantou R$ 800 milhões através da venda de papéis a fundos de previdência.
O índice de Basileia do Master estava em 10,53% em setembro de 2024, ligeiramente acima do mínimo exigido pelo BC (10,5%).
Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, garante que o novo conglomerado terá um capital suficiente, com índice de Basileia esperado em 12% após fusão.
A fintech Willbank, adquirida pelo Master, também apresenta problemas de inadimplência, acima da média do mercado.
No último balanço de junho de 2024, o Master teve um patrimônio líquido de R$ 4,2 bilhões e lucro líquido de R$ 501 milhões, subindo significativamente desde 2023.
Daniel Vorcaro, presidente do Master, formou um comitê consultivo e contratou a consultoria McKinsey, além de ser auditado pela KPMG, visando fortalecer a credibilidade do banco.