“Mercado no Brasil ficou raso, qualquer fluxo faz preço”, diz Pedro Jobim, da Legacy
Economista aponta que a desvalorização do dólar cria oportunidades para o Brasil, que tem visto um aumento no fluxo de investimentos. Mudanças na política monetária dos EUA podem impactar futuros movimentos de mercado e a atividade econômica global.
A nova política tarifária dos EUA trouxe uma “bagunça” no mercado, provocando investidores a diminuírem a alocação em dólar, o que beneficia várias moedas e países, inclusive o Brasil.
A análise é de Pedro Jobim, sócio e economista-chefe da Legacy Capital, que administra R$ 15 bilhões em fundos de investimento. Ele participou do programa InfoMoney Entrevista na série especial do Expert XP 2025.
A saída de investimentos em dólar resultou na perda de 10% de seu valor. Jobim ressalta que os mercados brasileiros estão "rasos", com alocação baixa. Qualquer fluxo de investimento faz mudar os preços.
Principais pontos da entrevista:
- A pressão nos ativos se deve mais a fatores externos do que internos.
- A introdução das tarifas pelo governo dos EUA está sendo absorvida, e a inflação está melhor do que o esperado.
- O dólar depreciou cerca de 10% desde abril, beneficiando outros países.
- A participação de estrangeiros na dívida brasileira diminuiu, afetando a bolsa.
- Altos juros e crescimento no Brasil também favorecem a moeda.
- A atividade econômica está em queda, com bancos centrais próximos ao limite de redução de juros.
- Há probabilidade de o Fed reduzir juros nos próximos seis meses.
- No longo prazo, o dólar ainda se mantém apreciado.
- Se não houver eventos de aversão ao risco, a tendência é de continuidade da depreciação do dólar.
Jobim menciona uma posição em cestas de moedas contra o dólar e aplausos em juros no Brasil, mirando o fim do aperto monetário. Expectativas são de um semestre positivo, com foco em vendas de dólar e investimentos em tecnologia.