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Mercado prevê salto no petróleo e volatilidade após ofensiva militar dos EUA no Irã

Mercados globais se preparam para reações drásticas após ataque dos EUA ao Irã, com previsões de alta nos preços do petróleo e volatilidade nos ativos. Especialistas destacam a incerteza sobre a resposta de Teerã e o impacto no Estreito de Ormuz como fatores cruciais para os próximos dias.

Bombardeio americano no Irã: O ataque às instalações nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan pode provocar um aumento nos preços do petróleo entre US$ 90 e US$ 130 na abertura do mercado nesta segunda-feira, 23.

Especialistas preveem também fuga para ativos de segurança, como ouro e Treasuries, além de alta volatilidade em bolsas e câmbio.

A reação de Teerã e a possível fechamento do Estreito de Ormuz, que escoa 20% do petróleo mundial, são essenciais para o tamanho do impacto.

O presidente Donald Trump comemorou o ataque como um “sucesso” e declarou que “agora é a hora da paz”. O Irã chamou o bombardeio de “ataque militar selvagem” e aprovou uma moção para bloquear Ormuz.

Para Nigel Green, CEO do deVere Group, o ataque é um divisor de águas no mercado, e o barril pode chegar a US$ 130 em caso de retaliação.

Os ativos brasileiros também devem sentir o impacto, com frigoríficos, mineradoras e empresas de papel e celulose penalizadas pelo aumento nos custos de frete. Em contrapartida, petroleiras brasileiras podem se beneficiar.

O economista-chefe da Allianz, Mohamed El-Erian, prevê que, se os mercados estivessem abertos após o ataque, o petróleo subiria, as ações cairiam e o ouro se valorizaria.

Para curto prazo, o sócio da L4 Capital, Hugo Queiroz, projeta o petróleo entre US$ 90 e US$ 100, considerando o choque pontual e localizado.

A chance de fechamento do Ormuz é alta para algumas previsões, com o mercado de apostas Polymarket indicando 63%. Entretanto, a Eurasia vê apenas 20% de chance disso ocorrer.

Pedro Galdi, analista da AGF, destaca que o fechamento de Ormuz traria consequências na inflação global e Jefferson Laatus acrescenta que a alta expressiva do petróleo pressionaria o dólar.

Entre os pontos de vista positivos, o megainvestidor Bill Ackman acredita que as ações de Trump são melhores que confiar no Irã, podendo beneficiar a Ucrânia e penalizar a Rússia.

Ian Bremmer, CEO da Eurasia, observa que o conflito parece limitado por enquanto, apesar das tensões existentes. Especialistas alertam, porém, para a turbulência de curtíssimo prazo.

Velho, da Equador Investimentos, pontua que a alta do petróleo pode beneficiar a balança comercial do Brasil, mas gera preocupações sobre a inflação. Investidores estarão atentos a cada movimento no Golfo Pérsico e nas consequências nas bombas de combustível.

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