Mercado vê fim de ciclo e menor chance de corte da Selic neste ano após Copom ‘duro’
Após a decisão do Copom em elevar a Selic, economistas indicam que o ciclo de alta pode ter terminado, mas a taxa deve se manter elevada por um longo período. Expectativas de cortes nos juros foram postergadas, levantando incertezas sobre a inflação e a política monetária futura.
Decisão do Copom: Selic sobe 0,25 ponto percentual
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (18) um aumento na Selic, que agora está em 15%. Essa decisão surpreendeu parte do mercado financeiro, que estava dividido quanto à expectativa.
As análises iniciais pós-reunião mostram duas conclusões:
- O ciclo de alta dos juros chegou ao fim;
- É improvável que ocorra um corte na taxa ainda em 2023.
A expectativa de redução da Selic pode se dar apenas no primeiro trimestre de 2026 ou em dezembro deste ano. Contudo, instituições como o Citi e o Bradesco estão menos confiantes após a leitura do comunicado do Copom, que sinalizou uma postura mais hawkish.
O Copom notou a melhoria nas previsões de inflação devido à apreciação do câmbio, mas manteve a projeção em 3,6% para o IPCA até o fim de 2024, fora da meta de 3%.
Embora sinais indiquem o fim do ciclo de alta, o Copom reforçou sua vigilância e disposição para ajustes futuros, se necessário. O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, acredita que a Selic permanecerá alta por meses, com possíveis cortes apenas em meados de 2026.
O Citi indica que os cortes podem iniciar no segundo trimestre de 2024, enquanto o Bradesco mantém previsão de desaceleração para dezembro, mas revisará seu cenário em breve.