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Mercados em alta, fundamentos em queda, quem está certo?

Análise aponta que valorização do real é influenciada pela queda global do dólar e que a euforia dos mercados ignora riscos econômicos internos e externos. A incerteza política e fiscal no Brasil e nos EUA levanta questionamentos sobre a sustentabilidade do atual cenário econômico.

Valorização do Real: Desde janeiro, a moeda brasileira se valorizou 12%. Analistas atribuem isso à política econômica, porém o índice DXY caiu 12%, indicando que a valorização se deve à perda de valor do dólar globalmente.

Mercados Financeiros: Mesmo com incertezas, mercados financeiros estão em alta, com bolsas e criptomoedas alcançando máximas históricas.

Fatos Externos (amenos positivos):

  • Guerras no Oriente Médio impactam preços do petróleo;
  • Conflito Rússia-Ucrânia persiste;
  • Tensões EUA-China em relação a Taiwan;
  • OTAN aumenta gastos com defesa;
  • Nível elevado de alavancagem global em derivativos;
  • FED enfrenta críticas e desafios com juros e endividamento;
  • PIB dos EUA encolhe e inflação se aproxima de 3%.

Fatos Domésticos (preocupantes):

  • Crise fiscal crônica se agrava;
  • Dívida/PIB projetada para 100% em breve;
  • Taxa Selic em 15%, a maior desde 2006;
  • Déficit nominal de 9% do PIB;
  • Aumento do salário-mínimo pressiona gastos públicos;
  • País polarizado com eleições se aproximando.

Questões em Debate: Como os mercados podem ignorar esses fatores negativos? A queda do dólar realmente reflete a força econômica dos EUA? Seria possível estarmos em uma nova fase de exuberância irracional?

Investimentos no Brasil: Apesar de recomendações de aumentar exposição ao Brasil, a incerteza política é alta, com eleições previstas para 2026 sem um candidato claro.

Conclusão: Há incertezas sobre a sustentabilidade da valorização atual. O autor acredita que os problemas econômicos podem estar apenas começando.

Autor: Alexandre Espirito Santo, Sócio e Economista-Chefe da Way Investimentos e professor de Economia e Finanças do IBMEC-RJ e ESPM.

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