HOME FEEDBACK

Mesmo blindado, conclave tem campanha informal e rumores de interferência

Conclave papal é cercado por especulações e influências externas, apesar da aparente blindagem. Cardeais debatem preferências em meio a pressões políticas e sociais, enquanto a memória das escolhas passadas pesa na decisão.

Eleição papal: um processo restrito e influenciado

A eleição do novo pontífice é formalmente protegida de interferências externas, com os 133 cardeais votantes do Colégio Cardinalício isolados na Capela Sistina, sem TV, jornais ou Wi-Fi. Qualquer emergência pode ser comunicada via walkie-talkies.

No entanto, há indícios de um clima de campanha eleitoral, com cardeais discutindo preferências sobre candidatos que sigam o estilo reformista de Francisco ou o conservadorismo de Bento 16. A ideia de que os cardeais estão à prova de influências externas é questionável, pois especulações sobre sucessores começam mesmo antes da morte do papa.

No atual conclave, o presidente da França, Emmanuel Macron, foi mencionado como interferindo nas decisões, embora rumores sejam infundados. Em um post da Casa Branca, uma imagem gerada por IA mostrava Donald Trump como papa, o que ele desmentiu.

O papel do papado tem implicações na geopolítica, com a história mostrando que coroas católicas, como as da França e Espanha, já exerceram o jus exclusivae, podendo vetar nomes no conclave. O último caso foi em 1903 com o cardeal Mariano Rampolla.

Hoje, existe um isolamento durante o conclave, mas alinhamentos prévios ainda influenciam o processo. Campanhas são tecnicamente proibidas, mas há esforços para fortalecer a imagem de certos candidatos, ou "papáveis". O arcebispo de Milão, Angelo Scola, foi um exemplo em 2013, mas sua forte campanha gerou resistência, resultando na eleição de Jorge Mario Bergoglio, que escolheu o nome Francisco.

Leia mais em folha