Mesmo com tarifaço de Trump, exportação de carne bovina brasileira cresce nos EUA
Brasil se destaca no mercado global de carne bovina, projetando-se como o maior produtor até 2026. Aumento expressivo nas exportações para os EUA ressalta sua importância estratégica, mesmo diante de tarifas elevadas.
O Brasil está se tornando um líder no fornecimento global de proteína animal, prevendo-se que ultrapassará os EUA como maior produtor e exportador de carne bovina até 2026.
Em abril de 2025, as exportações de carne magra brasileira para os EUA aumentaram 13,6%, totalizando 47,8 mil toneladas. Este volume é quase cinco vezes maior que o de abril do ano anterior, consolidando os EUA como o segundo maior destino das exportações, atrás apenas da China.
Roberto Perosa, presidente da Abiec, afirma que o tarifaço de 10% imposto pelos EUA não prejudicou o setor. Pelo contrário, abril foi um mês significativo com um aumento global nas vendas de 15,3% em volume e de 27,6% em receita comparado a abril de 2024.
A produção americana de carne bovina está em declínio, atingindo o menor número de gado em 80 anos, e a seca prolongada em estados como Kansas agrava a situação. O USDA projeta um aumento nas importações de carne magra brasileira, apesar das tarifas.
Com a guerra comercial, os consumidores americanos enfrentam inflação alta, pagando cerca de US$ 4,94 por quilo da carne bovina, bem acima dos preços brasileiros. Thiago Bernardino, do Cepea, destaca a queda no consumo de carne per capita nos EUA até 2027.
A expectativa é que a situação atual acelere a diversificação de mercados para o Brasil, que já é o maior exportador de frango no mundo, com 60% do mercado global.
Maurício Palma Nogueira considera 2024 como "um ano espetacular" para a produção e exportação.