Meta confirma que conta no Instagram usava e-mail de Cid
Documentos revelam que conta de Instagram usada para discutir delação de Mauro Cid foi criada com e-mail e número de celular vinculados a ele e sua esposa. A revelação contradiz a negação do militar durante interrogatório no STF sobre o uso da plataforma para esse fim.
Ministro do STF, Alexandre de Moraes, divulga documento da Meta que comprova que a conta de Instagram supostamente usada pelo tenente-coronel Mauro Cid para discutir seu acordo de delação premiada foi registrada com o e-mail dele.
A Meta enviou informações sobre a conta ao STF em 18 de junho de 2025. Anteriormente, Cid havia negado uso da plataforma para tal finalidade durante seu interrogatório.
O documento revela que a conta foi criada com o e-mail do militar e um número de celular que pertence a sua esposa, Gabriela. Dados do Google, liberados por Moraes, mostram que o e-mail foi criado em 2005, coincidentemente com a data de nascimento de Cid, em 17 de maio de 1979.
A contradição ocorreu quando Cid foi questionado sobre se discutiu sua delação via Instagram. Ele negou, afirmando conhecer apenas a esposa, mas não se recordava do perfil “GabrielaR702”.
A situação ganhou destaque após a revista Veja publicar mensagens que supostamente seriam de Cid relacionadas à sua delação. Os advogados do tenente-coronel negaram a autoria e solicitaram investigação, levando Moraes a requisitar dados à Meta.
O advogado Eduardo Kuntz, que representa o coronel Marcelo Câmara, informou ao STF ter conversado com Cid e apresentou mensagens como prova. Registros da Meta mostraram uma conversa entre Kuntz, o perfil “GabrielaR702” e Paulo Amador Cunha Bueno, defensor de Jair Bolsonaro.
No dia 18 de junho de 2025, Moraes determinou a prisão de Marcelo Câmara e ordenou a investigação de ambos por possível obstrução de Justiça, enquanto Câmara é réu na trama golpista.