Meta de inflação terá novo estouro em junho; Banco Central deverá explicar motivos e em quanto tempo os preços cairão
Banco Central se prepara para divulgar carta ao ministro da Fazenda devido ao descumprimento da meta de inflação. Projeções indicam que a inflação permanecerá acima do teto até 2026, levando a instituição a elevar a taxa de juros para conter a pressão inflacionária.
Banco Central se prepara para divulgar carta ao Ministro da Fazenda
Em julho, o Banco Central (BC) enviará uma nova carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, devido ao novo estouro da meta de inflação previsto para junho. A inflação acumulada em 12 meses deverá permanecer acima do teto de 4,5% por seis meses consecutivos.
O divulgação do IPCA, que confirmará o estouro, será em 10 de julho. A meta de inflação no Brasil é de 3%, com uma faixa de tolerância entre 1,5% e 4,5%. A inflação oficial chegou a 5,32% até maio e deverá continuar acima de 5% até junho.
Segundo o BC, a inflação deverá se alinhar novamente aos limites das metas apenas no primeiro trimestre de 2026.
A carta ao ministro deverá conter:
- Descrição detalhada das causas do descumprimento da meta;
- Medidas para garantir o retorno da inflação ao limite;
- Prazos para a efetividade dessas medidas.
Para combater a inflação, o BC elevou a taxa de juros para 15% ao ano — o maior em 20 anos.
Sistema de meta contínua
Desde janeiro de 2025, a meta é baseada na inflação acumulada em 12 meses. O descumprimento ocorre se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses. No caso de descumprimento, o BC deve justificar publicamente, seguindo o processo de comunicação estabelecido.
A taxa básica de juros é a principal ferramenta do BC para conter pressões inflacionárias. O BC considera as projeções futuras de inflação ao decidir sobre os juros.
A desaceleração econômica é parte da estratégia para controlar a inflação, com a recente alta dos juros já impactando a atividade econômica e o mercado de trabalho.
A ata do Copom apontou que o juro alto deve permanecer por um período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.