Metais tóxicos e aromatizante de vela: o que tem nos 'vapes' vendidos no Brasil, segundo pesquisa inédita
Estudo da PUC-Rio revela que vapes descartáveis estão contaminados com metais tóxicos antes mesmo de serem utilizados. Pesquisadores alertam para os riscos à saúde associados ao uso desses dispositivos, que podem conter substâncias nocivas além da nicotina.
Metais tóxicos encontrados em vapes descartáveis podem contaminar o líquido inalado antes de serem acionados, segundo estudo da PUC-Rio.
A pesquisa detectou concentrações de cobre, estanho, níquel e zinco em níveis alarmantes em 15 vapes analisados, surpreendendo os pesquisadores pela quantidade encontrada.
Além disso, compostos químicos foram identificados, incluindo realçadores de sabor e até aromatizantes de vela, que podem ser prejudiciais à saúde.
Os pesquisadores encontraram toxicidade significativa em ambos os tipos de líquidos, recarregáveis e descartáveis, com potencial de dano celular em testes com leveduras e células cardíacas de camundongos.
A venda de cigarros eletrônicos, incluindo vapes, é proibida no Brasil desde 2009, mas a demanda continua alta, especialmente entre jovens.
Margareth Dalcolmo, pneumologista da Fiocruz, considera os vapes mais prejudiciais que cigarros convencionais, relatando que a dependência pode se desenvolver rapidamente.
O estudo reiterou os riscos associados aos vapes, com foco na necessidade de mais pesquisas para entender os danos à saúde, em um contexto onde a regulamentação no Brasil está em debate.
A Associação Brasileira da Indústria do Fumo argumenta que a regulamentação pode ajudar a controlar a qualidade e os riscos, enquanto outros alertam para os problemas de saúde derivados do uso contínuo dos dispositivos.