Milei boicota fórum da China com países latino-americanos em aceno a Trump

Argentina se ausenta da reunião ministerial do Fórum China-Celac em Pequim, realizada em 13 de setembro, conforme orientações do governo de Javier Milei.

A delegação argentina não participou da adoção dos documentos oficiais e compareceu apenas em um nível diplomático inferior, sem impedir discussões, mas também sem fazer decisões.

No G-20, OEA, Mercosul e ONU, o governo Milei tem tentado barrar temas e dificultar consensos.

A China é um parceiro comercial relevante para a Argentina, mas as relações políticas estão tensas. A orientação de Milei é vista como um sinal a favor dos interesses de Donald Trump, com quem mantém relação próxima.

A declaração final do Fórum menciona que a Costa Rica, também alinhada aos EUA, se dissociou do bloco. O plano de ação para 2025-2027 indica uma estratégia de esvaziamento por parte da Argentina, que não aceita o tema da guerra comercial.

Durante a abertura, Xi Jinping anunciou uma linha de crédito de US$ 9,1 bilhões e isenção de visto para cinco países. Ele criticou as tarifas de Trump, destacando que não há vencedores em uma guerra comercial.

Xi propôs um apoio a um sistema multilateral de comércio, mas a Costa Rica se desassociou de um parágrafo que reafirmava essa posição.

O Estadão reportou que a China buscou apoio em questões bilaterais durante o fórum, o que gerou impasses nas negociações.

Com a China mantendo o princípio da Uma Só China apenas para aliados, a menção à Nova Rota da Seda foi suavizada. A China também não apoiou explicitamente o plágio latino-americano para um novo secretário-geral da ONU.

Em contraste, Gabriel Boric (Chile) e Gustavo Petro (Colômbia) participaram do evento, buscando fortalecer suas relações com a China, com Petro anunciando a adesão da Colômbia à Nova Rota da Seda.