Milei intervém no câmbio argentino e desafia FMI após prometer flutuação livre do peso
Governo argentino ignora promessa de câmbio flutuante e intervém no mercado para estabilizar o peso. Ações do Banco Central geram preocupação sobre o cumprimento de compromissos com o FMI e a acumulação de reservas.
Intervenção do governo da Argentina
Após prometer um câmbio flutuante há um mês, o governo argentino ~interveio~ no mercado cambial, contradizendo compromissos com o FMI.
Banco Central realizou a venda de US$ 409 milhões em contratos futuros em 30 de abril, revelando pressão sobre o peso. Essa intervenção buscou estabilizar o mercado e reduzir taxas de financiamento.
Em 7 de maio, o peso valorizou quase 6%, com vendas de futuros atingindo máximas históricas. As intervenções ocorreram após a eliminação de controles cambiais em 12 de abril, parte de um acordo de US$ 20 bilhões com o FMI.
Analistas, como Gabriel Caamaño, indicam que a intervenção foi crucial para a queda da taxa de câmbio. Estima-se que a posição vendida do Banco Central esteja próxima de US$ 1 bilhão.
O FMI ainda não fez declarações sobre as intervenções, mas a situação será analisada em sua avaliação formal das políticas da Argentina. Um porta-voz do FMI reiterou o apoio ao país na busca por estabilidade.
Em junho, a Argentina receberá um desembolso de US$ 2 bilhões do FMI, mas o país ainda precisa aumentar suas reservas internacionais em US$ 4,4 bilhões até 13 de junho.
Além disso, o mercado já indica que essa meta pode não ser cumprida, o que gera preocupações sobre a relação com o FMI. Recentemente, o governo lançou um título em pesos com vista ao aumento de reservas.
Apesar dos esforços, analistas acreditam que a situação financeira do país pode se complicar, com o secretário do Tesouro reconhecendo que a meta de reservas é desafiadora.