Milhares de argentinos vão às ruas relembrar mortos pela ditadura militar
Manifestantes relembram as vítimas da ditadura e exigem esclarecimentos sobre os desaparecidos. Atos de protesto acontecem em todo o país, evidenciando a importância da memória e da busca por justiça.
Milhares de argentinos saíram às ruas nesta segunda-feira (24) para o Dia Nacional da Memória pela Verdade e a Justiça, lembrando os mais de 20 mil desaparecidos do regime militar iniciado em 24 de março de 1976.
A principal manifestação ocorreu na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, local histórico de resistência civil contra a ditadura. Os atos se espalharam por todo o país, incluindo a pequena Gualeguaychú, onde Hugo Angerosa, 73, marchou buscando esclarecimentos sobre o desaparecimento de seu irmão Daniel e sua irmã Blanquita.
Daniel, estudante de medicina, e Blanquita, da Juventude Montonera, foram sequestrados durante a repressão. Angerosa relembra o dia em que ocorreu a opressão familiar, quando alguns membros de sua família foram agredidos por agentes do Exército e da polícia.
Após o sequestro de Daniel, a família percorreu quartéis e delegacias em busca de informações, acreditando que ele e Blanquita poderiam estar mortos, mas ainda assim continuaram a procurar.
Angerosa também foi sequestrado e torturado, e durante sua detenção ouviu a afirmação de que seu irmão não seria mais visto. Ele destaca que as informações sobre os desaparecidos ainda são incertas e deseja que o país descubra a verdade sobre o que aconteceu.
Os dados de DNA da família estão com as Avós da Plaza de Maio, e eles seguem lutando para encontrar respostas e que os restos dos desaparecidos sejam identificados.