Milhares protestam na Turquia após prisão de rival de Erdogan
Manifestações em apoio a Ekrem Imamoglu tomam conta da Turquia, gerando confronto com a polícia. Críticos afirmam que as acusações contra o prefeito de Istambul são politicamente motivadas.
Milhares de manifestantes se reuniram nas principais cidades da Turquia em protesto contra a prisão de Ekrem Imamoglu (CHP), opositor do presidente Recep Tayyip Erdogan (AKP). No dia 23 de março de 2025, Imamoglu foi afastado do cargo de prefeito de Istambul devido a acusações de corrupção e de liderar uma "organização criminosa".
Os protestos, que já duram 5 dias, são os maiores desde as manifestações de 2013 no Parque Gezi. A agência AFP informou que houve mobilizações em 55 das 82 províncias do país.
A polícia usou canhões de água, gás lacrimogêneo e balas de borracha para reprimir os manifestantes. Vídeos nas redes sociais mostram a violência policial em Istambul.
Imamoglu é acusado de auxiliar o PKK, considerado terrorista por várias entidades. Ele e seus apoiadores afirmam que as acusações têm motivação política e visam silenciar a oposição a Erdogan.
Além de Imamoglu, aproximadamente 100 pessoas foram detidas, incluindo políticos e jornalistas. Após sua detenção, Imamoglu afirmou: “A vontade do povo não pode ser silenciada”.
No dia 23 de março, o CHP realizou eleições para escolher seu candidato em 2028, e Imamoglu foi o único a concorrer. Mesmo preso, ele pode participar das eleições presidenciais.
A eleição presidencial está marcada para 2028, e Erdogan precisa convocar eleições antecipadas ou alterar a constituição para concorrer novamente.
Imamoglu tornou-se um rival forte de Erdogan após vencer a eleição em Istambul em 2019, encerrando 25 anos de controle do partido governista. Ele foi reeleito em 2022, consolidando a vitória da oposição em outras cidades.
Imamoglu já enfrentou problemas legais antes, tendo sido condenado em 2022 por insultar funcionários públicos. Sua situação se complicou quando a Universidade de Istambul anulou seu diploma, o que poderia impedi-lo de concorrer à presidência.