Militar repete em acariação que monitorava Moraes para aproximar ministro e Bolsonaro
Coronel da reserva reafirma intenção de aproximar Bolsonaro de Moraes durante acareação sobre suposto plano de monitoramento e execução de autoridades. Defesa considera procedimento favorável e destaca ausência de provas concretas nas alegações por parte da Procuradoria-Geral da República.
Coronel da reserva Marcelo Costa Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, negou nesta quarta-feira ter monitorado o ministro Alexandre de Moraes do STF para um suposto plano de assassinato de autoridades. Segundo Câmara, ele apenas buscava uma aproximação entre Moraes e Bolsonaro.
Câmara é acusado de participar de um plano que envolvia monitorar e executar autoridades, incluindo Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin. Nesta data, ele participou de uma acareação com o tenente-coronel Mauro Cid, réu na mesma ação.
O militar foi questionado sobre um diálogo de 2022 que revelava informações sobre a agenda de Moraes. Ele reafirmou: “Em relação ao monitoramento, em nenhum momento foi feito.” Câmara descartou qualquer relação com o “Plano Punhal Verde e Amarelo”, afirmando que seu objetivo era apenas unir Bolsonaro e Moraes.
A acareação também discutiu uma minuta de plano golpista que previa intervenção no Judiciário. Câmara negou ter se reunido com Filipe Martins para discutir essa minuta, embora Cid tenha afirmado que Câmara sabia da sua existência e confirmou o monitoramento de Moraes.
A acareação durou menos de uma hora. O advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, considerou o procedimento benéfico, afirmando que o monitoramento visava apenas agendar encontros. A defesa de Mauro Cid também evidenciou que não há provas de manipulação de uma minuta golpista por Câmara.
Atualmente, Câmara é réu no núcleo dois da trama golpista, acusado de coordenar “ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas”. Cid, por sua vez, é parte do núcleo crucial da tentativa de golpe.