Milton Hatoum, um modelo de intelectual público
Milton Hatoum é o mais novo membro da Academia Brasileira de Letras, celebrado em uma procissão pelo Centro do Rio. O autor premiado reforça a importância do intelectual público na resistência às opressões e na busca por um debate qualificado no Brasil.
Procissão no Rio: Na quinta-feira, as ruas do Centro testemunharam uma procissão de imortais da Academia Brasileira de Letras.
Após a admissão de Milton Hatoum como seu novo membro, eles caminhara da sede no Castelo até a Cinelândia.
Hatoum, um dos mais premiados romancistas brasileiros e autor de obras como Relato de um Certo Oriente e Dois Irmãos, nasceu em Manaus e atualmente reside em São Paulo.
No ambiente informal da Companhia das Letras, o autor traduziu a obra de Edward Saïd que discute a figura do intelectual público, essencial para “perturbar o status quo” e lutar contra opressão.
Saïd define o intelectual como alguém que “fala a verdade ao poder”, e essa ação deve ser feita com indignação e erudição.
Hatoum e sua esposa, Ruth Lanna, propõem que a imprensa substitua o termo “bolsonarismo” por extrema-direita para refletir melhor o cenário atual e abrir espaço para uma direita digna.
Através de reformas e debates mais qualificados, o Brasil precisa de mais intelectuais que desafiem a norma.
Por fim, Guilherme Cezar Coelho adaptou para o cinema a obra Órfãos do Eldorado, de Hatoum.