Mineradora de terras raras diz que falta de financiamento no Brasil prejudica o setor

A Meteoric Resources enfrenta dificuldades financeiras para seu projeto de terras raras de US$ 420 milhões no Brasil, levando a empresa a buscar investidores fora do país.

A escassez de financiamento levou a Meteoric e outras pequenas mineradoras a considerar vendas vinculadas à produção futura como garantia para empréstimos internacionais.

Esta situação compromete as ambições do Brasil de se tornar um player importante na indústria de terras raras, fundamentais para a defesa e setores de alta tecnologia, especialmente com a necessidade de diversificação de suprimentos fora da China.

O diretor executivo da Meteoric, Marcelo Carvalho, afirmou: “Se não conseguirmos obter financiamento no Brasil, teremos que financiar no exterior.” Ele ressalta o desejo de desenvolver a cadeia produtiva no Brasil enquanto garante rentabilidade para os acionistas.

A Meteoric e outras empresas, como a Viridis Mining and Minerals e o Grupo Serra Verde, estão em busca de R$ 5 bilhões em financiamentos oferecidos pelo BNDES e pela Finep.

Entretanto, a obtenção de financiamento é desafiadora, pois o Brasil não aceita direitos de mineração como garantia. Assim, a única opção é obter uma carta de garantia de um banco.

A Meteoric possui uma carta de apoio não vinculante de US$ 250 milhões do Export-Import Bank dos Estados Unidos e está em negociações com o US International Development Finance Corp. para apoio ao projeto Caldeira, em Minas Gerais.

A mineradora planeja começar a entregar 11.000 toneladas de óxido de terras raras a partir de 2027, com expectativa de licença nos próximos dois meses.

Além disso, o Brasil possui a segunda maior reserva mundial de terras raras, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA.