Minerais críticos, satélites, energia e data centers: os interesses dos EUA no Brasil

Investidores dos EUA buscam ampliar presença econômica no Brasil em setores estratégicos. Em reuniões com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), foram destacados quatro setores prioritários para novos investimentos: minerais críticos, tecnologia de satélites, energia e data centers.

Frederico Lamego, da CNI, afirma que a diversificação do suprimento de minerais críticos é uma prioridade, já que a China processa mais de 95% da produção global. O Brasil é visto como uma oportunidade para isso.

Além de recursos naturais, há foco em infraestrutura digital e energética. O interesse em data centers está vinculado à agenda de energia limpa do Brasil, considerada atrativa pelos investidores.

Executivos americanos expressaram desejo de ampliar cooperação, indo além de investimentos em etanol, aço e alumínio, visando transferência de tecnologia. Léo de Castro, vice-presidente da CNI, ressalta que a agenda da CNI é um gesto de cooperação e um esforço para atrair investimentos dos EUA.

A pauta exportadora para os EUA é de interesse da CNI, visto que mais de 50% das exportações brasileiras são produtos semi ou manufaturados. Cada US$ 1 bilhão exportado gera 24.000 empregos no Brasil.

As autoridades americanas priorizam acordos com países como Índia, Coreia do Sul e Japão. A CNI planeja criar um canal direto com o Departamento de Comércio dos EUA e integrar a iniciativa Select USA, promovendo oportunidades de investimento.

Empresas como Gerdau e JBS já operam nos EUA e devem expandir suas atividades. A indústria de máquinas e equipamentos se destaca como potencial beneficiada nesse novo ciclo de aproximação.

Além disso, a CNI busca construir uma agenda de intercâmbio de talentos, reunindo-se com comunidades científicas para atrair talentos para o Brasil.