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Minério de ferro, soja e carne bovina caem no atacado e puxam desaceleração do IGP-10, diz FGV

Desaceleração do IGP-10 é impulsionada pela queda nos preços de commodities, mas a inflação ao consumidor continua em alta. Expectativas de recuperação para 2026 contrastam com a pressão nos custos de habitação e alimentos.

Desaceleração do IGP-10 em março

Os preços do minério de ferro, da soja e das carnes bovinas impactaram o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), que caiu de 0,87% em fevereiro para 0,04% em março. Esta redução, entretanto, não se refletiu nos preços ao consumidor, que continuam em alta.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% do IGP-10, recuou 0,26% em março, após avanço de 1,02% em fevereiro. Destaques para quedas de:

  • 2,12% no minério de ferro;
  • 3,55% nos bovinos;
  • 4,53% na carne bovina;
  • 1,46% na soja em grão;
  • 2,61% no farelo de soja.

Matheus Dias, economista da FGV Ibre, destaca que o minério de ferro é fortemente influenciado pela China e pela economia global, afetada por tarifas dos EUA. Ele menciona que as incertezas dificultam investimentos e planejamento econômico.

A carne bovina também recuou devido a um dólar mais fraco, impactando commodities cotadas em dólares. Dias enfatiza que esses produtos tiveram grande peso no resultado do mês, embora o cenário do consumidor permaneça pressionado.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que compõe 30% do IGP-10, acelerou de 0,44% para 1,03% em março. Os principais vilões incluem:

  • 11,31% na tarifa de eletricidade;
  • 10,75% no café em pó;
  • 3,32% no aluguel;
  • 2,10% na gasolina.

A alta na eletricidade é atribuída ao fim de um bônus na conta de luz da energia de Itaipu. Aluguéis e condomínios refletem a inflação passada, enquanto combustíveis foram impactados pelo reajuste de ICMS.

Apesar do cenário difícil, Dias acredita em uma leve recuperação em 2026, já que as perspectivas para a safra brasileira são melhores este ano. O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) também desacelerou de 0,55% para 0,43% em março, com variações em diversos serviços e materiais.

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