Ministério Público da Bahia envia recomendações contra criação de jumentos para abate e exportação para a China
MP-BA se opõe a projeto chinês de criação de jumentos na Bahia, citando riscos de extinção da espécie. Especialistas alertam sobre impactos sanitários e ambientais da proposta.
MP-BA enviou recomendações contra a instalação de uma base de criação de jumentos na cidade de Amargosa, Bahia. A proposta da empresa chinesa poderia levar ao abate sistemático dos animais, sem controle ambiental e sanitário.
A intenção da empresa é fornecer peles para o ejiao, uma substância valorizada na medicina tradicional chinesa, sem comprovação científica de eficácia. O projeto previa o uso de técnicas avançadas, como sêmen congelado.
A Prefeitura de Amargosa afirmou que todos os acordos são avaliados quanto à conformidade legal e que novas iniciativas com frigoríficos devem atender requisitos ambientais e de bem-estar animal.
A cidade é o maior fornecedor de peles e carne de jumentos para a Ásia, e há preocupações de que o projeto acelere a extinção do jumento nordestino, cuja população caiu mais de 90% nas últimas três décadas.
Especialistas alertam que o abate é uma atividade extrativista e pode levar ao desaparecimento de características genéticas únicas do jumento nordestino. Existe uma proposta para a produção ética do colágeno em biorreatores, eliminando a necessidade de abate.
Em 2022, o TRF-1 proibiu o abate de jumentos no Brasil, mas a prática continua. Um novo recurso foi protocolado para esclarecer a legalidade das decisões do tribunal.