Ministério Público e INSS apuram possíveis fraudes em crédito consignado do Banco Master
Ministério Público e INSS investigam irregularidades nos empréstimos consignados do Banco Master. O aumento vertiginoso no número de contratos e denúncias de concessões não autorizadas levantam suspeitas sobre a instituição financeira.
Ministério Público Federal e INSS investigam irregularidades na concessão de empréstimos consignados pelo Banco Master e descontos de benefícios previdenciários sem autorização.
O caso está na Procuradoria da República no Distrito Federal, que abriu um procedimento preparatório em 4 de agosto para analisar informações sobre possíveis violações de direitos.
A Procuradoria notificou o INSS, que também iniciou um processo administrativo. O Banco Master afirmou que não recebeu pedidos de informação e que responderá tecnicamente caso acionado.
O procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes deu início à apuração em razão de irregularidades em empréstimos de várias instituições financeiras, destacando o Banco Master, que teve R$ 300 milhões em empréstimos consignados, considerados "fora da curva normal de mercado".
O MPF citou "possíveis fraudes" associadas ao Credcesta e mencionou relatos de irregularidades por parte do deputado Capitão Alden (PL-BA). Ele alertou sobre a credibilidade comprometida do banco, com um histórico de denúncias anteriores.
Em 2021, uma denúncia contra ex-gestores do Banco Máxima (que se tornou o Master) foi feita pelo MPF em São Paulo, alegando ganhos fictícios entre 2014 e 2016.
A Diretoria de Benefícios do INSS detectou um "aumento significativo" de empréstimos consignados, com números saltando de 104.876 contratos em 2022 para 2.755.455 em 2024. Também foram registradas 3.378 reclamações contra o banco entre 2019 e 2024.
A assessoria do INSS informou que o procedimento está em fase de instrução e não comentará sobre a apuração. O Banco Master afirmou que seu sistema de validação do consignado é seguro e que o aumento de contratos é devido à regulamentação de 2023.
Atualmente, o Banco Master está sob análise para a venda ao BRB, controlado pelo governo do Distrito Federal, com a negociação dependendo da aprovação do Banco Central. O Tribunal de Justiça do DF suspendeu a operação, exigindo aval legislativo.