Ministério Público processa a BYD por alegadas condições de ‘escravidão’ em obra
Procuradores alegam que BYD e empreiteiras submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão em obras na Bahia. A ação judicial busca mais de R$ 257 milhões em indenizações e a regularização das condições laborais.
Procuradores do trabalho no Brasil processam a fabricante chinesa BYD e duas empreiteiras por trabalho escravo e tráfico humano no canteiro de obras de uma fábrica na Bahia.
A ação judicial menciona condições “degradantes” e irregularidades com vistos e confisco de passaportes dos trabalhadores. Em dezembro, 220 trabalhadores chineses foram encontrados em situação análoga à escravidão.
Os procuradores buscam R$ 257 milhões em indenizações após as empresas rejeitarem um acordo de ajustamento. A BYD declarou seu compromisso com os direitos humanos e está colaborando com o Ministério Público do Trabalho.
A fábrica representa a primeira investida da BYD fora da Ásia e é estratégica para os laços entre China e Brasil. Reclamações iniciaram em março de 2024, com relatos de estruturais precárias e segurança inadequada.
Uma força-tarefa do MPT resgatou 163 trabalhadores em dezembro, enquanto a BYD rompeu laços com a Jinjiang Construction Brazil. Apesar da controvérsia, a produção está prevista para começar até o final de 2025, com capacidade inicial de 150 mil carros por ano.
Além dos danos coletivos, os procuradores pedem indenizações individuais e o cumprimento das normas trabalhistas, visando erradicar o tráfico de pessoas e o trabalho escravo.