Ministro da Previdência afirma que alertas contra fraudes foram “desligados” no INSS
Ministro da Previdência revela falhas no controle de fraudes no INSS durante governo Lula. Queiroz destaca que mecanismos de alerta foram desativados, permitindo a operação de fraudes desde 2019.
Ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou que os mecanismos de alerta contra fraudes no INSS foram “desligados” nos primeiros dois anos do governo Lula.
Segundo ele, servidores do INSS neutralizaram sinais que deveriam alertar o Ministério.
Durante uma sabatina no Congresso da Abraji, Queiroz admitiu falhas na detecção de irregularidades, mas enfatizou que o Ministério não foi informado a tempo.
Ele mencionou as estruturas autônomas do INSS — corregedoria, ouvidoria e auditoria — que não comunicaram os problemas.
O ministro declarou que o esquema começou no governo Bolsonaro (2019-2022), quando entidades fraudulentas operaram com descontos indevidos.
Queiroz resumiu: “O ladrão entrou em casa naquela época. O Estado brasileiro falhou.”
Embora inicialmente evitando culpar diretamente, o ministro citou dois servidores afastados após a Operação Sem Desconto: Virgílio Filho e Vanderlei Barbosa.
Ele acredita que a CPMI do INSS vai convocar esses indivíduos para depor.
O governo iniciou o processo de ressarcimento de aposentados e pensionistas afetados, com previsão para os primeiros 100 mil pagamentos a partir de 24 de julho.
O prejuízo total pode chegar a R$ 3,2 bilhões, com R$ 2,6 bilhões já confirmados. Uma medida provisória autorizou crédito extraordinário para viabilizar os pagamentos.
Até quatro milhões de beneficiários poderão ser ressarcidos. O governo bloqueou R$ 2,8 bilhões de contas de associações suspeitas, visando recuperar parte dos recursos desviados.