Ministro da Previdência tira poderes de presidente do INSS para fazer nomeações no órgão
Ministro da Previdência retira poderes de nomeação do presidente do INSS, aumentando a supervisão sobre o órgão. A decisão reflete a tensão crescente entre as duas entidades, exacerbada por desentendimentos na gestão de crises e comunicação.
Ministro Wolney Queiroz (Previdência) editou portaria que retira do presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, poderes para nomeações em cargos de comando no órgão.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União em 4 de agosto e é vista como uma interferência no INSS. A portaria determina que a nomeação de superintendentes regionais e gerentes-executivos agora é exclusiva do ministro.
Além disso, a escolha dos diretores do INSS, embora ainda sob a competência do presidente, dependerá de prévia autorização do ministro.
O ato também exige autorização para afastamento em missão ao exterior. Waller Júnior havia viajado à Suíça em junho durante crise de fraudes.
Waller Júnior havia recebido "carta branca" de Luiz Inácio Lula da Silva para sanear o INSS. A portaria reflete o clima tenso entre Previdência e INSS, com Queiroz agindo para demonstrar autoridade frente a supostas insubordinações.
Recentemente, Waller Júnior anunciou ressarcimento de beneficiários lesados, o que gerou desconforto no governo por não ter consultado o ministério. A tensão aumentou após o acordo ser homologado sem aviso prévio ao ministério.
O presidente do INSS tem relatado surpresa em reuniões quando informações sobre fraudes chegavam a outros antes dele. A sua nomeação foi uma decisão do Palácio do Planalto, sem passar pelo Ministério da Previdência, o que contribuiu para a saída do então ministro Carlos Lupi.