Ministro extremista de Israel anuncia plano de assentamento para 'enterrar ideia de um Estado palestino'
O governo israelense avança com planos polémicos de construção de assentamentos na Cisjordânia, desconsiderando críticas internacionais. A medida é vista como uma ameaça à possibilidade de um futuro Estado palestino e pode aumentar as tensões na região.
Bezalel Smotrich, ministro das Finanças de Israel, anunciou planos para construir 3.401 casas em um assentamento que dividiria a Cisjordânia, isolando-a de Jerusalém Oriental, enterrando, segundo ele, a ideia de um Estado palestino.
Durante seu discurso no assentamento de Ma'ale Adumim, Smotrich afirmou que a resposta a tentativas de reconhecer um Estado palestino será dada através de "fatos" no terreno, em referência a países como Reino Unido e França.
Ele também mencionou que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e o presidente dos EUA, Donald Trump, teriam concordado com a retomada do plano, embora não tenham confirmado. O projeto deve entrar em vigor na próxima quarta-feira (20).
Israel havia congelado a construção em Ma'ale Adumim em 2012 e 2020 devido a objeções de aliados ocidentais. Com Trump na presidência, a confiança de Tel Aviv para prosseguir os planos aumentou, apesar das condenações internacionais em relação ao conflito.
Estima-se que mais de 61 mil pessoas já morreram devido à guerra em Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária. O Hamas e o Ministério das Relações Exteriores palestino condenaram o plano, que consideram uma violação dos direitos humanos.
A ONG Peace Now alertou que, caso o plano avance, a construção pode começar em alguns meses, o que comprometeria a solução de dois Estados proposta pela comunidade internacional.
Atualmente, cerca de 700 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, colocando em risco a viabilidade de um Estado palestino, que seria estabelecido em regiões que incluem Jerusalém Oriental e Gaza.
A comunidade internacional, incluindo Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, impôs sanções a Smotrich por sua incitação à violência contra palestinos. Sua popularidade tem caído, com pesquisas sugerindo que seu partido não obteria assentos em uma eventual eleição.