Míriam Leitão defende democracia e inclusão em posse na ABL
Míriam Leitão faz história ao se tornar a doze mulher imortal da ABL, destacando a importância da inclusão e representatividade na cultura brasileira. Em seu discurso de posse, a jornalista reforçou seu compromisso com a defesa da democracia e da diversidade na literatura.
Míriam Leitão tomou posse na cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL) na noite de sexta-feira (8), no Rio de Janeiro.
Ela é a 12ª mulher a integrar a ABL e 5ª do atual quadro. Acompanhada de acadêmicas como Fernanda Montenegro, Míriam enfatizou a inclusão e a representatividade em seu discurso.
Míriam, de 72 anos, sucede Cacá Diegues, falecido em fevereiro deste ano. “A ABL está em momento interessante e desafiador”, destacou a nova acadêmica.
Seu discurso reflete uma ABL em transformação, que busca pluralidade e diversidade. Ela ressaltou o papel dos acadêmicos como "guardiãs e guardiões" de uma nova história, promovendo a inclusão de diferentes origens e culturas.
Nascida em Caratinga (MG), Míriam tem uma carreira notável no jornalismo e é colunista de O Globo. Ela defende a democracia, tendo sido presa durante a ditadura militar. Em sua posse, afirmou que a democracia é "o valor maior a defender" e que os intelectuais devem se posicionar.
Como escritora, Míriam publicou 16 obras e venceu o Prêmio Jabuti duas vezes. Seu último livro explora a situação da Amazônia e a importância da preservação ambiental, enfatizando que o patrimônio natural do Brasil está "sob ataque".
O presidente da ABL, Merval Pereira, elogiou a chegada de Míriam, ressaltando sua vasta experiência e defesa de causas como a dos povos indígenas e a luta pela representação feminina.
Acadêmicos como Antonio Carlos Secchin e Edney Silvestre também destacaram a coragem e a relevância de Míriam na defesa das injustiças sociais e na busca por um Brasil mais coerente.