Mistura de etanol pode gerar excedente de 700 milhões de litros para exportação
Aumento da mistura de etanol e biodiesel visa fortalecer a segurança energética do Brasil e reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Com a medida, o país pode gerar um excedente significativo de gasolina para exportação e impulsionar investimentos no setor.
Aumento da mistura de etanol na gasolina pode elevar a soberania energética do Brasil, reduzindo a importação de diesel e gerando cerca de 700 milhões de litros de gasolina exportável por ano.
A afirmação é do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 25 de outubro.
O CNPE aprovou o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina de 27% para 30% (E30) e de biodiesel no diesel de 14% para 15% (B15), que começará em 1º de agosto. Silveira destacou que essa medida promove a autossuficiência do Brasil.
O governo acredita que o E30 e o B15 vão fortalecer a segurança energética ao reduzir a dependência de combustíveis fósseis, especialmente em um cenário de instabilidade internacional.
Esse anúncio se deu logo após o cessar-fogo entre Israel e Irã, que afetou a rota do estreito de Ormuz, crucial para o transporte de 20% do petróleo global.
A mudança foi viabilizada pela lei do Combustível do Futuro (lei nº 14.993/2024), que flexibilizou os limites da mistura. Em março, Silveira havia mencionado que aguardaria um controle melhor nos preços dos alimentos para propor essa alteração.
O Ministério de Minas e Energia (MME) projeta mais de R$ 10 bilhões em investimentos e a criação de mais de 50 mil postos de trabalho. Além disso, espera-se uma redução no preço da gasolina de até R$ 0,20 para o consumidor.
Estimativa também indica que mais de R$ 5 bilhões serão investidos em novas usinas e em atividades relacionadas ao esmagamento e refino de soja, gerando mais de 4.000 novos postos de trabalho.