Moody’s piora perspectiva de crédito do Brasil devido à dificuldade para cortar gastos
Moody’s destaca a necessidade de reformas fiscais para evitar rebaixamento do rating do Brasil. A dívida bruta do país atinge 76,2% do PIB, enquanto o governo busca melhorias nas contas públicas.
A Moody’s Ratings revisou a perspectiva do rating soberano do Brasil, mudando de positiva para estável.
A nota de crédito de longo prazo permanece em Ba1, refletindo:
- Diminuição dos fatores que poderiam melhorar a classificação.
- Aumento dos custos da dívida.
- Rigidez nas despesas públicas.
A agência destaca que a capacidade do governo em realizar cortes significativos nas despesas é limitada, sendo necessárias reformas abrangentes.
Recentemente, a dívida bruta do Brasil atingiu 76,2% do PIB, totalizando R$ 9,2 trilhões.
O Ministério da Fazenda reafirmou o compromisso com a melhoria dos resultados fiscais, incluindo a reforma tributária para aumentar a eficiência na arrecadação.
A proposta de aumento do IOF, visando arrecadar R$ 19 bilhões, enfrenta resistência no Congresso Nacional.
A Moody’s observa que a possibilidade de elevação da classificação do Brasil depende do consenso em torno das reformas de gastos.
Por outro lado, um rebaixamento na nota pode ocorrer se os esforços de consolidação fiscal forem revertidos.
A manutenção da nota Ba1 é sustentada pelo crescimento econômico e pela implementação de algumas reformas, indicando que o governo pode honrar seus compromissos financeiros, mas existem riscos significativos de inadimplência.
No primeiro trimestre deste ano, o PIB brasileiro cresceu 1,4%, impulsionado pelo setor agropecuário.
A nota foi atribuída em outubro de 2024, com alertas sobre endividamento e incertezas fiscais.
Os tetos de classificação para títulos em moeda local e estrangeira foram mantidos, refletindo a cautela da agência em relação à situação fiscal do país.