Moody’s tira o ‘triple A’ dos EUA, citando déficit e dívida nas alturas
Moody’s rebaixa nota de crédito dos EUA pela terceira vez, destacando preocupações com déficits fiscais e alta nos custos da dívida. A queda para 'Aa1' reflete o agravamento das condições financeiras no país e a dificuldade em implementar reformas efetivas.
Moody’s rebaixa crédito dos EUA: A agência retirou a nota triple-A devido a desequilíbrios nas contas públicas e aumento do custo da dívida.
A Moody’s é a terceira a rebaixar a nota máxima dos EUA, sucedendo a Fitch (2023) e a S&P Global Rating (2011).
Segundo a Moody’s, as falhas em acordos para reduzir déficits fiscais levaram ao downgrade, que fez a classificação cair de AAA para Aa1.
O déficit federal é atualmente de US$ 2 trilhões por ano, representando 6% do PIB. A agência destacou falta de propostas eficazes para reverter a situação.
Após o anúncio, os Treasuries e o índice S&P 500 responderam negativamente:
- Treasury de 10 anos: yield subiu para 4,49%.
- S&P 500: caiu 0,5% no after market.
A Moody’s prevê que, sem ajustes fiscais, os déficits aumentarão para quase 9% do PIB até 2035, impulsionados por juros crescentes e baixo crescimento de receita.
O relatório também aponta que a dívida pública federal deve aumentar para 134% do PIB até 2035, em comparação com 98% em 2024.
Os analistas afirmam que, apesar da alta demanda por ativos do Tesouro, a elevação nos rendimentos tem contribuído para a deterioração da capacidade de pagamento da dívida.
O economista Gustavo Rostelato observa que o rebaixamento intensifica a insegurança sobre a sustentabilidade fiscal dos EUA e pode influenciar a trajetória do dólar.