Moradores de Montenegro relatam incerteza com economia e empregos após caso de gripe aviária

Moradores de Montenegro, a cerca de 60 km de Porto Alegre, estão preocupados após a confirmação da gripe aviária em uma granja local, a primeira do Brasil registrada. Temores sobre impactos econômicos e possíveis demissões pairam sobre a cidade.

O eletricista Ely Balbé expressou a preocupação: "É perigoso para a nossa economia, ruim para as vendas lá fora."

Com cerca de 64,3 mil habitantes (Censo 2022), Montenegro está no vale do Caí, região afetada por enchentes no ano anterior. A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul não revelou o nome da granja, que possuía 17 mil aves. A maioria dos animais morreu devido ao vírus e o restante foi abatido como medida de segurança.

A Secretaria faz o monitoramento de estabelecimentos a até 10 km da granja e impôs barreiras de desinfecção. Após o anúncio, China, União Europeia e Argentina suspenderam as compras de aves e ovos do Brasil.

Montenegro possui 534,8 mil galináceos em 2023, cerca de oito por habitante, mas não é uma das maiores granjas do estado. Em avaliação do IFDM, a cidade teve desempenho alto, ocupando a 102ª posição entre 497 municípios.

A contadora Denise Alencastro teme boatos sobre a doença, ressaltando que não representa risco para humanos, e que o consumo de carnes e ovos é seguro.

A jornalista Maria Cristina Griebler destacou que a economia local é centrada na avicultura e que o tema é debatido em grupos de WhatsApp, afetando o consumo. A CNA recomenda reforçar medidas de segurança nas granjas e garante que a gripe não é transmitida pelo consumo de aves.

Na sexta-feira, a confirmação da doença parecia causar pouco alvoroço na cidade. O barbeiro João Martins mencionou a falta de discussões sobre o assunto, assim como comerciantes e funcionários da lanchonete local.