Moraes autoriza acareação entre Cid e Marcelo Câmara na ação sobre tentativa de golpe
Ministro do STF aprova acareação entre militares investigados em trama golpista. A medida visa esclarecer contradições nas declarações sobre monitoramento ilegal de autoridades durante o governo Bolsonaro.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (6) a acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A solicitação partiu da defesa de Marcelo Câmara, que quer confrontar as declarações de Cid, que o indicam como responsável por um **monitoramento ilegal** de autoridades, incluindo Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
A defesa afirma que a versão de Cid é “incongruente” e “dissociada dos demais elementos de prova”. Argumentam que não existem evidências suficientes para sustentar as acusações de monitoramento, que teriam ocorrido antes da diplomação de Lula e Alckmin.
A investigação da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que Câmara monitorava enquanto era assessor de Bolsonaro no Palácio do Planalto.
Câmara é réu do núcleo 2 da tentativa de golpe, está preso preventivamente e é considerado central na estrutura paralela do gabinete presidencial. Ele também é investigado por obstrução de Justiça, devido a tentativas de contato com Mauro Cid após o avanço das investigações.
A decisão de Moraes se junta a outras acareações já autorizadas no núcleo 1 da investigação, onde Cid foi confrontado com o general Walter Braga Netto, o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Essas acareações visam esclarecer contraditórios nos depoimentos e aprofundar a responsabilização penal dos envolvidos na subversão do resultado das eleições de 2022.