Moraes autoriza defesa de Bolsonaro a acompanhar acareação entre Mauro Cid e Braga Netto
Audiência de acareação acontece em meio a investigações sobre o plano golpista. Participação de Jair Bolsonaro é permitida, apesar das restrições de acesso ao público e à imprensa.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro a acompanhar a audiência de acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto.
A audiência é parte da ação penal sobre a trama golpista e ocorre na manhã de terça-feira (24). A decisão atende ao pedido do advogado Celso Vilardi.
A acareação será a portas fechadas, sem transmissão e sem presença da imprensa. Todas as defesas dos oito réus do chamado "núcleo crucial" podem participar sem autorização prévia.
A defesa de Braga Netto solicitou a acareação para esclarecer acusações de Cid, que afirma que Braga discutiu um plano chamado "Punhal Verde e Amarelo" e que teria financiado atos golpistas. Cid mencionou que o general lhe entregou dinheiro em uma sacola de vinho, o que Braga Netto nega.
Cid, que é réu e delator, fechou um acordo de colaboração com a Polícia Federal (PF). Moraes também autorizou o deslocamento de Braga Netto, que está preso no Rio de Janeiro, para Brasília, usando tornozeleira eletrônica e acompanhado de seus advogados.
Braga Netto está detido desde dezembro por tentar obstruir a investigação. Durante a fase de interrogatórios, ele participou apenas por videoconferência.
O ministro solicitou detalhes sobre a viagem de Braga Netto para garantir sua segurança.
Moraes autorizou ainda uma acareação entre Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, para esclarecer a participação de Torres em uma reunião onde Bolsonaro apresentou a "minuta do golpe". Torres nega a acusação.