Moraes censura críticos e Brasil tem 'golpe de Estado' no Supremo, diz colunista conservadora do WSJ
Colunista do WSJ alerta sobre os riscos à democracia no Brasil e faz críticas ao STF. Ela destaca a necessidade de restaurar o Estado de Direito em meio a ações que podem lembrar práticas autoritárias.
Colunista Mary Anastasia O'Grady, do Wall Street Journal, alerta que "não é tarde demais para resgatar o Brasil de um retorno semelhante à ditadura".
Em seu artigo, intitulado Um Golpe de Estado na Suprema Corte do Brasil, O'Grady afirma que "a liberdade nas Américas enfrenta um grau de perigo nunca visto desde a Guerra Fria". Ela compara a situação atual a tácticas usadas por Hugo Chávez para consolidar seu poder.
A colunista critica a criação do inquérito das fake news pelo STF em 2019, destacado por sua controvérsia jurídica, aberta sem o auxílio da Procuradoria-Geral da República.
O'Grady argumenta que isso violou os direitos constitucionais, pois "os processos devem ser julgados em tribunais locais". Apesar disso, um julgamento do STF em junho de 2020 considerou o inquérito legal, permitindo que o Supremo investigasse ameaças à própria Corte.
Ela menciona que o ministro Alexandre de Moraes foi escolhido por Toffoli para conduzir o inquérito e que este seguirá relator de investigações. O texto critica o inquérito das milícias digitais, que censurou opiniões não aceitas pelo tribunal.
Sobre os ataques de 8 de janeiro, a colunista aponta que os envolvidos "pareciam ser um bando de idiotas de tênis vagando pelo terreno sem armas". Ela observa que, independentemente da opinião sobre Bolsonaro, "a política tomou conta do tribunal" e menciona tentativas de impeachment de Moraes.
O'Grady conclui que a punição dos EUA a Moraes, com base na Lei Magnitsky, "chamou a atenção dos outros membros da corte". O STF respondeu criticando a intervenção dos EUA e reafirmando sua competência para julgar crimes que ameaçam a democracia brasileira.
O artigo enfatiza a necessidade de o Brasil restaurar o Estado de Direito para evitar um aprofundamento da crise institucional.