Moraes dá nova chance a Bolsonaro com cautelares em vez de prisão
Alexandre de Moraes reafirma proibição de Bolsonaro em redes sociais e alerta sobre possíveis consequências. Julgamento do ex-presidente deve ocorrer em setembro, com chances de condenação e impactos políticos significativos.
Alexandre de Moraes reiterou, nesta quinta-feira, 24, que Jair Bolsonaro não pode ter suas declarações reproduzidas nas redes sociais.
Apesar do descumprimento da cláusula, Moraes não decretou a prisão do ex-presidente, mas alertou que, se a situação se repetir, poderá agir. A defesa de Bolsonaro se comprometeu a mantê-lo em silêncio, o que pode adiar sua prisão por alguns meses, embora ele continue sob monitoramento eletrônico.
O julgamento de Bolsonaro deve ser agendado para o início de setembro, com alta chance de condenação. No STF, condenados geralmente permanecem em liberdade durante os recursos, sendo a prisão decretada apenas após essa fase.
Após esse período, Bolsonaro poderá solicitar prisão domiciliar, considerando sua saúde e histórico de internações hospitalares.
Embora haja indícios de que Bolsonaro tentava interferir nas investigações, o Judiciário não agiu rapidamente. As medidas cautelares foram impostas nove dias depois da carta de Donald Trump ao governo Lula, sugerindo taxação de exportações brasileiras.
Moraes decidiu não decretar a prisão preventiva após declarações de Bolsonaro na internet, acreditando que não contaria com apoio suficiente no tribunal. Em contraste, mandou prender o general Braga Netto por interferência nas investigações.
O tratamento distinto a Bolsonaro pode ser devido ao desejo de evitar percepções de perseguição política por parte do STF. A comoção política em torno do julgamento será difícil de controlar, e uma condenação pode resultar em mais ataques da direita global e represálias por parte de Trump.