Moraes: “Juiz que não resiste à pressão, que mude de profissão”
Moraes defende a independência do Judiciário e critica pressões externas durante evento empresarial. O ministro alerta sobre os riscos para investimentos no Brasil em um ambiente de incertezas jurídicas.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltou a importância da independência judicial em palestra no Rio de Janeiro, dizendo que juízes devem resistir a pressões políticas e externas.
Durante o evento do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), Moraes afirmou: “Juiz que não resiste à pressão, que mude de profissão.” Ele enfatizou que a Justiça brasileira não fará acordos para reduzir tensões momentâneas, afirmando que um Judiciário que faz acordos é um "vassalo e covarde".
A declaração surgiu em um contexto de insegurança no sistema bancário brasileiro, especialmente no Banco do Brasil, após a decisão do ministro Flávio Dino, que bloqueou a aplicação de leis estrangeiras a cidadãos brasileiros.
Moraes também criticou a polarização política e o uso de algoritmos nas redes sociais, associando isso a regimes autoritários. Ele citou Goebbels ao mencionar a propagação de mentiras como se fossem verdades.
O ministro alertou sobre a necessidade de segurança institucional e jurídica para atrair investimentos no Brasil, questionando a viabilidade de empreendimentos com inquéritos civis e liminares demoradas.
As declarações ocorreram antes da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentar esclarecimentos ao STF sobre um novo inquérito relacionado a possíveis influências nas sanções ao Brasil. No documento, os advogados chamaram o relatório da Polícia Federal de “peça política” e negaram qualquer intenção de fuga.