Moraes manda PF ouvir advogado e ex-assessor de Bolsonaro
Depoimentos foram solicitados em razão de investigações que apuram tentativas de obstrução de Justiça relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes destaca a gravidade das ações dos advogados e ex-assessores na trama golpista.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou depoimentos à Polícia Federal (PF) de Paulo Cunha Bueno e Fabio Wajngarten, relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ambos são acusados de obstrução das investigações da trama golpista. Segundo a PF, eles tentaram obter informações da mãe e filha de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sobre sua delação premiada.
Wajngarten tentou contatar a esposa de Cid, Gabriela Ribeiro Cid, e uma filha menor. Bueno encontrou a mãe de Cid, Agnes Cid, em um evento, buscando persuadi-la a desistir da defesa de seu filho.
O ministro Moraes avaliou que as ações indicam obstrução de Justiça: “As condutas narradas indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa.”
Luiz Eduardo Kuntz, advogado de Marcelo Câmara, também é mencionado, tendo tentado contato com a filha de Cid via WhatsApp. Kuntz solicitou a anulação da delação de Cid após comunicar ter falado com ele nas redes sociais, mas negou ter feito contatos diretos.
Câmara e seu advogado estavam proibidos de contatar investigados pela cautelar de Moraes, resultando na prisão de Marcelo Câmara por descumprimento.