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Moraes não decreta prisão de Bolsonaro, mas adverte: “Justiça é cega, mas não é tola”

Ministro do STF mantém cautelares a Jair Bolsonaro e reforça que descumprimento pode levar à prisão. Defesa do ex-presidente contesta restrições sobre veiculação de conteúdos em redes sociais, alegando falta de controle sobre terceiros.

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e descartou a prisão preventiva por ora.

Em seu despacho, Moraes afirmou que um novo descumprimento das determinações pode levar à detenção imediata do ex-mandatário, alertando que “Justiça é cega, mas não é tola”.

A decisão foi motivada pelas explicações da defesa de Bolsonaro sobre a publicação de vídeos com suas declarações, considerada uma possível burla à ordem judicial. Moraes classificou a situação como uma “irregularidade isolada” e reconheceu que Bolsonaro vem cumprindo outras cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e o uso de tornozeleira eletrônica.

O ministro esclareceu que Bolsonaro pode conceder entrevistas, mas não pode publicar conteúdos em redes sociais, direta ou indiretamente. Sua interpretação gerou controvérsia com a defesa, que argumenta que não é possível controlar a replicação desse conteúdo.

A defesa de Bolsonaro afirmou que ele “jamais cogitou” estar impedido de conceder entrevistas, e que reproduções em redes seriam responsabilidade de terceiros. Moraes, no entanto, reafirmou que as medida seguem válidas e qualquer nova veiculação de conteúdo poderá resultar em prisão preventiva.

As cautelares são parte de um inquérito onde Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), são investigados por uma suposta articulação com o governo Donald Trump para influenciar decisões judiciais no Brasil.

A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República indicam que os dois podem ter atuado para pressionar o STF. No dia 18, Moraes havia imposto as medidas cautelares, incluindo o uso da tornozeleira, recolhimento noturno e proibição de contato com outros investigados.

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